Laboratório americano gasta R$ 8,5 bilhões em acordo judicial

Três anos depois de retirar o medicamento contra a dor Vioxx do mercado, o laboratório americano Merck concordou em pagar US$ 4,85 bilhões (cerca de R$ 8,5 bilhões) para fazer um acordo judicial com 45 mil pessoas que alegavam que eles ou seus familiares tiveram problemas de saúde ou morreram após ingerirem a droga. A informação é de uma fonte ligada ao processo.

O acordo, um dos maiores na história da justiça americana, ocorreu após cerca de 12 julgamentos em vários estados norte-americanos. Depois de perder US$ 253 milhões na sentença do primeiro caso, a Merck ganhou a maioria dos demais casos que foram a júri.

Investigações governamentais
O acordo não envolve as investigações governamentais relativas à Merck. Mas ele vai colocar um fim definitivo aos temores de que os processos do Vioxx pudessem levar a companhia à falência – a empresa já gastou quase US$ 2 bilhões para se defender – ou mesmo ter um impacto financeiro significativo sobre o negócio.

Apesar de vultoso, o pagamento representa menos do que um ano de lucro da empesa, a terceira fabricante de medicamentos do mercado americano.

Para os reclamentes, o acordo vai garantir uma sensação de vingança e também alívio financeiro. Entretanto, o montante é bem menor que analistas de Wall Street e advogados previam que a Merck gastaria depois da retirada do Vioxx do mercado – e especialmente considerando-se o veredicto do primeiro caso.

Derrame e ataque cardíaco
A Merck tirou a Vioxx do mercado em setembro de 2004, depois que um teste clínico provou que o remédio aumentava os riscos de ataques cardíacos e derrames. Entretanto, documentos internos da empresa mostraram que cientistas da Merck estavam preocupados com os riscos do Vioxx muito antes disso.

O acordo provou correta a arriscada decisão da Merck de levar o caso a julgamento em vez de buscar um acordo rápido. Ao defender-se de forma agressiva, a Merck expôs as fraquezas de muitos de seus reclamantes. Alguns deles não puderam provar que realmente tomaram a droga, enquanto outros tinham vários fatores de risco de ataques cardíacos.
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